domingo, 23 de setembro de 2018

HISTÓRIA DA IGREJA

1. A Igreja na história
A Igreja continua mantendo a presença de Cristo na história humana; obedece o mandato apostólico, pronunciado por Jesus antes de subir ao Céu: “Ide, pois, e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que vos tenho mandado. Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28, 19-20). Na história da Igreja se encontra, portanto, um entrelaçar-se, às vezes dificilmente distinguíveis, entre o divino e o humano.
Com efeito, lançando um olhar à história da Igreja, há aspectos que surpreendem o observador, inclusive ao não crente:
a) a unidade no tempo e no espaço (catolicidade): a Igreja Católica, ao longo dos milênios, tem permanecido sendo o mesmo sujeito. Com a mesma doutrina e os mesmos elementos fundamentais: unidade de fé, de sacramentos, de hierarquia (pela sucessão apostólica); além disso, em todas as gerações, reuniu homens e mulheres dos mais diversos povos e culturas e de regiões geográficas de todos os cantos da terra;
b) a ação missionária: a Igreja, em todo o tempo e lugar, tem aproveitado qualquer acontecimento e fenômeno histórico para pregar o Evangelho, inclusive nas situações as mais adversas;
c) a capacidade, em cada geração, de produzir frutos de santidade em pessoas de todos os povos e condições;
d) um notável poder de recuperação ante as crises, às vezes de muita gravidade.
2. A Antiguidade Cristã (até 476 dC, ano da queda do Império Romano do Ocidente)
A partir do século I, o cristianismo começou a propagar-se, sob a guia de São Pedro e dos apóstolos, e depois, de seus sucessores. Assiste-se, portanto, a um progressivo aumento dos seguidores de Cristo, especialmente dentro dos confins do Império Romano: em inícios do século IV, eram aproximadamente 15% da população do Império, e estavam concentrados nas cidades e na parte oriental do Estado romano. A nova religião se difundiu, de todos os modos, também para além dessas fronteiras: na Armênia, Arábia, Etiópia, Pérsia, Índia.
O poder político romano viu no cristianismo um perigo, pelo fato de que este último reclamava um âmbito de liberdade de consciência das pessoas em relação à autoridade estatal; os seguidores de Cristo tiveram que suportar numerosas perseguições, que a muitos conduziram ao martírio: a última, e mais cruel delas, teve lugar nos inícios do séc. IV, por obra dos imperadores Diocleciano e Galério.
No ano 313, o imperador Constantino I, favorável à nova religião, concedeu aos cristãos a liberdade de professar sua fé, e iniciou uma política bastante benévola em relação a eles. Com o imperador Teodósio I (379-395), o cristianismo se converteu em religião oficial do Império Romano. Enquanto isso, em fins do séc. IV, os cristãos eram já a maioria da população do Império Romano.
No século IV, a Igreja teve que enfrentar uma forte crise interna: a questão ariana. Ario, presbítero de Alexandria, no Egito, sustentava teorias heterodoxas, pelas quais negava a divindade do Filho, que seria, ao revés, a primeira das criaturas, ainda que superior às demais; a divindade do Espírito Santo também era negada pelos arianos. A crise doutrinal, com a qual se entrecruzaram frequentemente intervenções políticas dos imperadores, perturbou a Igreja por mais de 60 anos; foi resolvida graças aos dois primeiros concílios ecumênicos: o primeiro de Nicéia (325) e o primeiro de Constantinopla (381), nos quais se condenou o arianismo e foi proclamada solenemente a divindade do Filho (consubstantialis Patri, em grego, homoousios) e do Espírito Santo, e foi composto o Símbolo Niceno-Constantinopolitano (o Credo). O arianismo sobreviveu até o século VII porque os missionários arianos lograram converter ao seu credo a muitos povos germânicos, que só pouco a pouco passaram ao catolicismo.
No século V, houve, por outro lado, duas heresias cristológicas que tiveram o efeito positivo de obrigar a Igreja a aprofundar no dogma para formulá-lo de modo mais preciso. A primeira heresia é o nestorianismo, doutrina que, na prática, afirma a existência em Cristo de duas pessoas, além de duas naturezas; foi condenada pelo concílio de Éfeso (431), que reafirmou a unicidade da pessoa de Cristo; dos nestorianos derivam as Igrejas sírio-orientais e malabares, até hoje separadas de Roma. A outra heresia foi o monofisismo, que sustentava, na prática, a existência em Cristo de uma só natureza, a divina: o Concílio de Calcedônia (451) condenou o monofisismo e afirmou que em Cristo há duas naturezas, a divina e a humana, unidas na pessoa do Verbo, sem confusão nem mutação (contra o nestorianismo), sem divisão nem separação (contra o monofisismo): são os quatro advérbios de Calcedônia: inconfuseimmutabiliterindiviseinseparabiliter. Dos monofisitas derivam as Igrejas coptas, sírio-ocidentais, armênias e etiópicas, separadas da Igreja Católica.
Nos primeiros séculos da história do cristianismo se assiste a um grande florescimento da literatura cristã, homilética, teológica e espiritual: são as obras dos Padres da Igreja, de grande importância na reconstrução da Tradição; os mais importantes foram Santo Irineo de Lyon, santo Hilário de Poitiers, santo Ambrósio de Milão, São Jerônimo e santo Agostinho, no Ocidente; santo Atanásio, São Basílio, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa, São João Crisóstomo, São Cirilo de Alexandria e São Cirilo de Jerusalém, no Oriente.
3. Idade Média (até 1492, ano da chegada de Cristovão Colombo à América)
No ano de 476, caiu o Império Romano do Ocidente, que foi invadido por uma série de povos germânicos, alguns arianos, outros pagãos. O trabalho da Igreja nos séculos sucessivos foi o de evangelizar e contribuir para a civilização destes povos, e mais tarde a mesma coisa em relação aos povos eslavos, escandinavos e magiares. A Alta Idade Média (até o ano 1000) foi, sem dúvida, um período difícil para o continente europeu, em razão da situação de violência política e social, empobrecimento cultural e crise econômica, consequências das contínuas invasões (que duraram até o século X). A atuação da Igreja conseguiu, pouco a pouco, conduzir esses povos jovens a uma nova civilização, que alcançará seu esplendor nos séculos XII-XIV.
No século VI, nasceu o monaquismo beneditino, que garantiu, ao redor dos mosteiros, ilhas de paz, tranquilidade, cultura e prosperidade. No século VII, foi de grande importância a ação missionária, em todo o continente, dos monges irlandeses e escoceses; no século VIII, a dos beneditinos ingleses. Neste último século, terminou a etapa da Patrística, com os últimos Padres da Igreja, São João Damasceno no oriente, São Beda o Venerável, no ocidente.
No século VII-VIII, nasceu a religião islâmica na Arábia; após a morte de Maomé, os árabes se lançaram a uma série de guerras de conquista que os levaram a constituir um vastíssimo império: entre outros, subjugaram os povos cristãos da África do Norte e da Península Ibérica e separaram o mundo bizantino do latino –germânico. Durante aproximadamente 300 anos, foram um flagelo para os povos da Europa mediterrânea, em razão das incursões, saques e deportações, realizados de modo praticamente sistemático e contínuo.
Em fins do século VIII, se institucionalizou o poder temporal dos papas (Estados Pontifícios), que já existia de fato desde os fins do século VI, surgido para suprir o vazio de poder criado na Itália central pelo interesse do poder imperial bizantino, nominalmente soberano na região, mas incapaz de prover a administração e a defesa da população. Com o tempo, os papas se deram conta de que um limitado poder temporal era uma garantia eficaz de independência em relação aos diversos poderes políticos (imperadores, reis, senhores feudais).
Na noite de Natal do ano 800, foi restaurado o Império do Ocidente (Sacro Império Romano): o papa coroou Carlos Magno na basílica de São Pedro; nasceu assim um estado católico, com aspirações universais, caracterizado por uma forte sacralização do poder político, e um complexo entrelaçamento de política e religião, que durará até 1806.
No século X, o papado sofreu uma grave crise por causa das interferências das famílias nobres da Itália central na eleição do papa (Século de Ferro); e, mais em geral, porque os reis e senhores feudais se apoderaram da nomeação de muitos cargos eclesiásticos. A reação papal a tão pouco edificante situação teve lugar no século XI, através da reforma gregoriana e da chamada “questão das investiduras", nas quais a hierarquia eclesiástica logrou recuperar amplos espaços de liberdade em relação ao poder político.
No ano de 1054, o patriarca de Constantinopla, Miguel Cerulário, efetuou a separação definitiva dos gregos da Igreja Católica (Cisma do Oriente): foi o último episódio de uma história de rupturas e disputas iniciada já no século V, e devida, em boa medida, às graves interferências dos imperadores romanos do oriente na vida da Igreja (cesaropapismo). Este cisma afetou a todos os povos dependentes do patriarcado, e até agora, afeta búlgaros, romenos, ucranianos, russos e sérvios.
Desde os inícios do século XI, as repúblicas marítimas italianas haviam arrebatado aos muçulmanos o controle do Mediterrâneo, pondo um limite às agressões islâmicas: a finais do século, o crescimento do poder militar dos países cristãos teve como expressão o fenômeno das cruzadas à Terra Santa (1096-1291), expedições bélicas de caráter religioso, cujo fim era a conquista ou defesa de Jerusalém.
Nos séculos XIII e XIV se assiste o apogeu da civilização medieval, com grandes realizações teológicas e filosóficas (a escolástica maior: santo Alberto Magno, São Tomás de Aquino, São Boaventura, o beato Duns Scoto), literárias e artísticas. No que diz respeito à vida religiosa, é de grande importância a aparição, nos inícios do século XIII, das ordens mendicantes (franciscanos, dominicanos e outros).
O enfrentamento entre o papado e o império, já iniciado na “questão das investiduras", continuou com diversos episódios nos séculos XII e XIII, terminando com o enfraquecimento de ambas as instituições: o império se reduziu, na prática, a um estado alemão, e o papado sofreu uma crise notável: de 1305 a 1377, a sede do papado transferiu-se de Roma para Avignon, no sul da França, e, pouco depois do retorno a Roma, em 1378, teve início o Grande Cisma do Ocidente: uma situação muito difícil, pela qual deu-se, a princípio, o surgimento de dois papas e, depois, três (as obediências romana, de Avignon e a de Pisa), enquanto o mundo católico da época permanecia perplexo, sem saber quem era o pontífice legitimo. A Igreja conseguiu superar também esta duríssima prova, e a unidade foi restaurada com o Concilio de Constança (1415-1418).
Em 1453, os turcos otomanos, muçulmanos, conquistaram Constantinopla, pondo, assim, fim à milenar história do Império Romano do Oriente (395-1453), e conquistaram os Balcãs, que permaneceram quatro séculos sob seu domínio.
4. A Idade Moderna (até 1789, ano do início da Revolução Francesa)
A Idade Moderna tem início com a chegada de Cristovão Colombo à America, evento que, junto com as explorações na África e na Ásia, deu início à colonização européia de outras partes do mundo. A Igreja aproveitou este acontecimento histórico para difundir o Evangelho nos continentes fora da Europa: assiste-se, assim, ao surgimento de missões no Canadá e Luisiana, colônias francesas, na America espanhola, no Brasil português, no reino do Congo, na Índia, Indochina, China, Japão, Filipinas. Para coordenar esses esforços para a propagação da fé, a Santa Sé instituiu, em 1622, a Sacra Congregatio de Propaganda Fide.
Entretanto, ao mesmo tempo que o catolicismo se expandia em direção a áreas geográficas onde o Evangelho nunca havia sido pregado, a Igreja sofria uma grave crise no velho continente: a “reforma" religiosa propugnada por Martinho Lutero, Ulrico Zwinglio, João Calvino (fundadores das diferentes denominações do protestantismo), junto com o cisma provocado pelo rei da Inglaterra Henrique VIII (anglicanismo), levou à separação da Igreja de extensas regiões: Escandinávia, Estônia e Letônia, boa parte de Alemanha, Holanda, a metade da Suíça, Escócia, Inglaterra, além dos respectivos territórios coloniais, já possuídos ou conquistados posteriormente (Canadá, Estados Unidos, Antilhas, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia). A Reforma Protestante tem a grave responsabilidade de haver rompido a milenar unidade religiosa no mundo cristão ocidental, causando o fenômeno da confessionalização, isto é, da separação social, política e cultural da Europa e de algumas de suas regiões em dois campos: o católico e o protestante. Este sistema cristalizou-se na fórmula cuius regio, eius et religio, pela qual os súditos estavam obrigados a seguir a religião do príncipe. A luta entre esses dois mundos levou ao fenômeno das guerras de religião, que afetou, sobretudo, a França, os territórios germânicos, Inglaterra, Escócia e Irlanda. E que só pôde ser considerado como superado com as Pazes de Westfalia (1648), no continente, e com a capitulação de Limerick (1692), nas Ilhas Britânicas.
A Igreja Católica, ainda que assolada pela crise e pela defecção de tantos povos, em poucos decênios, soube encontrar energias insuspeitadas para reagir e começar a realizar uma verdadeira reforma: este processo histórico recebeu o nome de Contrarreforma, cujo cume foi o Concilio de Trento (1545-1563), no qual se proclamaram com clareza algumas verdades dogmáticas postas em dúvida pelos protestantes (Canon das Escrituras, sacramentos, justificação, pecado original, etc.) e se tomaram também decisões disciplinares que robusteceram e tornaram mais compacta a Igreja (por exemplo, a instituição dos seminários e a obrigação de residência na diocese para os bispos). O movimento da contrarreforma pôde também valer-se da atividade de muitas ordens religiosas fundadas no século XVI: trata-se de iniciativas de reforma no âmbito dos mendicantes (capuchinhos, carmelitas descalços), ou institutos de clérigos regulares (jesuítas, teatinos, barnabitas etc.). Assim, a Igreja saiu da crise profundamente renovada e reforçada, e pôde compensar a perda de algumas regiões européias com uma difusão verdadeiramente universal, graças à obra missionária.
No século XVIII, a Igreja teve que lutar contra dois inimigos: o regalismo e a iluminismo. O primeiro andou ao lado do crescimento da monarquia absoluta: apoiados na organização de uma burocracia moderna, os soberanos dos estados europeus lograram instalar um sistema de poder autocrático e total, eliminando as barreiras que se levantavam (instituições de origem medieval como o sistema feudal, os privilégios eclesiásticos, os direitos das cidades etc.). Neste processo de centralização do poder, os monarcas católicos tenderam a invadir o âmbito da jurisdição eclesiástica, com a intenção de criar uma Igreja submissa e dócil em relação ao poder do rei: é um fenômeno que assume nomes diversos, dependendo do estado: regalismo em Portugal e na Espanha, galicanismo na França, josefismo nos territórios dos Habsburgos (Áustria, Boêmia, Eslováquia, Humgria, Eslovênia, Croácia, Lombardia, Toscana, Bélgica), jurisdicionalismo em Nápoles e Parma. Este fenômeno teve seu ponto crítico com a expulsão dos jesuítas por parte de muitos governos e na ameaçadora pressão sobre o papado para que suprimisse a ordem (o que sucedeu em 1773).
O outro inimigo com que se defrontou a Igreja no século XVIII foi o iluminismo, um movimento em primeiro lugar filosófico, que teve grande êxito entre as classes dirigentes: tem como fundamento uma corrente cultural que exalta a razão e a natureza, e ao mesmo tempo faz uma crítica indiscriminada à tradição; é um fenômeno muito complexo, que apresenta, em todo caso, fortes tendências materialistas, uma ingênua exaltação das ciências, o desprezo da religião, em nome do deísmo ou a incredulidade, um irreal otimismo em relação à bondade natural do homem, um excessivo antropocentrismo, uma confiança utópica no progresso da humanidade, uma difundida hostilidade contra a Igreja Católica , uma atitude de suficiência e desprezo em relação ao passado, e uma arraigada tendência a realizar reducionismos simplistas na busca de modelos explicativos da realidade. Em resumo, trata-se, em boa medida, da origem de muitas das ideologias modernas, que reduzem a visão da realidade eliminando de sua compreensão a revelação sobrenatural, a espiritualidade do homem e, em definitivo, o anelo pela busca das verdades últimas da pessoa e de Deus.
No século XVIII, foram fundadas as primeiras lojas maçônicas: uma boa parte delas assumiu tons e atividades anti-católicas.
5. A Idade Contemporânea (a partir de 1789)
A Revolução Francesa, que se iniciou com a decisiva colaboração do baixo clero, derivou rapidamente para atitudes de extremo galicanismo, chegando a produzir o cisma da Igreja Constitucional, e, em seguida, assumindo tons anti-cristãos (instauração do culto ao Ente Supremo, abolição do calendário cristão etc.), até chegar a uma cruenta perseguição à Igreja (1791-1801): o papa Pio VI morreu em 1799, prisioneiro dos revolucionários franceses. A subida ao poder de Napoleão Bonaparte, homem pragmático, trouxe a paz religiosa com a Concordata de 1801; posteriormente, entretanto, surgiram desavenças com Pio VII, por causa das contínuas intervenções do governo francês na vida da Igreja: como resultado, o papa foi feito prisioneiro por Bonaparte por cerca de cinco anos.
Com a restauração das monarquias pré-revolucionárias (1815), voltou para a Igreja um período de paz e tranquilidade, favorecido também pelo romantismo, corrente de pensamento predominante na primeira metade do século XIX. Entretanto, logo começou a surgir uma nova ideologia, profundamente oposta ao catolicismo: o liberalismo, herdeiro dos ideais da Revolução Francesa, que pouco a pouco conseguiu afirmar-se politicamente, promovendo a instalação de legislações discriminatórias ou persecutórias contra a Igreja. O liberalismo uniu-se em muitos países ao nacionalismo, e mais tarde, na segunda metade do século, aliou-se ao imperialismo e ao positivismo, que contribuíram posteriormente para a descristianização da sociedade. Ao mesmo tempo, como reação às injustiças sociais provocadas pelas legislações liberalistas, nascia e se difundia uma série de ideologias destinadas a fazerem-se porta-vozes das aspirações das classes oprimidas pelo novo sistema econômico: o socialismo utópico, o socialismo “científico", o comunismo, o anarquismo, todas elas unidas por projetos de revolução social e uma filosofia subjacente de tipo materialista.
O catolicismo, no século XIX, perdeu, em quase todas as nações, a proteção do estado, que, ainda, passou a ter com ele uma atitude adversa; e em 1870 terminou o poder temporal dos papas, com a conquista italiana dos Estados Pontifícios e a unificação da península. Ao mesmo tempo, porém, a Igreja soube tirar vantagem desta crise para fortalecer a união de todos os católicos em torno à Santa Sé, e para livrar-se das intrusões dos estados no governo interno da Igreja, à diferença do que aconteceu no período das monarquias confessionais da Idade Moderna. O ponto alto deste fenômeno foi a solene declaração, em 1870, do dogma da infalibilidade do papa por parte do Concilio Vaticano I, celebrado durante o pontificado de Pio IX (1846-1878). Além disso, nesse século, a vida da Igreja se caracterizou por uma grande expansão missionária (na África, na Ásia, na Oceania), por um grande florescimento de fundações de congregações religiosas femininas de vida ativa, e pela organização de um vasto apostolado leigo.
No século XX, a Igreja enfrentou numerosos desafios: Pio X teve que reprimir as tendências teológicas modernistas dentro do próprio corpo eclesiástico. Estas correntes se caracterizavam, em suas manifestações mais radicais, por um imanentismo religioso que, ainda que mantendo as formulações tradicionais da fé, na verdade a esvaziava de conteúdo. Bento XV teve que enfrentar a tempestade da Primeira Guerra Mundial, logrando manter uma política imparcial entre os países beligerantes, e desenvolvendo uma atividade humanitária em favor dos prisioneiros de guerra e da população afetada pela catástrofe bélica. Pio XI se opôs aos totalitarismos de diversos tipos que perseguiram de um modo mais ou menos aberto a Igreja durante seu pontificado: o comunista na União Soviética e na Espanha, o nacional-socialista na Alemanha, o fascista na Itália, o de inspiração maçônica no México; além disso, esse papa desenvolveu uma grande promoção do clero e do episcopado local nas terras de missão africanas e asiáticas que, continuada depois por seu sucessor, Pio XII, permitiu à Igreja apresentar-se ante o fenômeno da descolonização como elemento autóctone e não estrangeiro.
Pio XII teve que enfrentar a terrível prova da Segunda Guerra Mundial, durante a qual atuou de diversos modos para salvar da perseguição nacional-socialista a quantos hebreus fosse possível (estima-se que a Igreja Católica salvou aproximadamente 800.000). Com uma atitude realista, não considerou oportuno lançar uma denúncia publica, uma vez que esta teria piorado a já grave situação dos católicos também perseguidos em vários dos territórios ocupados pelos alemães, e teria anulado sua possibilidade de intervir em favor dos hebreus. Muitas altas personalidades do mundo israelita reconheceram publicamente, após a guerra, os grandes méritos deste papa em relação a seu povo.
João XXIII convocou o Concilio Vaticano II (1962-1965), que foi concluído por Paulo VI, e que iniciou uma época pastoral diferente na Igreja, enfatizando a chamada universal à santidade, a importância do esforço ecumênico, os aspectos positivos da modernidade, a ampliação do diálogo com outras religiões e com a cultura. Nos anos sucessivos ao Concílioa Igreja sofreu uma profunda crise interna de caráter doutrinal e disciplinar, que conseguiu superar, em boa medida, durante seu pontificado, o papa João Paulo II (1978-2005), papa de extraordinária personalidade, que fez a Santa Sé atingir níveis de popularidade e prestigio antes desconhecidos, dentro e fora da Igreja Católica.

FALSAS DOUTRINAS 2° PARTE

 ADVENTISTAS



"profetiza" fundadora da Ciência Cristã. Muitas outras seitas proféticas e escatológicas pululavam em uma atmosfera de fervor entusiasta e esperavam a próxima chegada do Senhor.
Havia missões, às vezes, em lugares quase desertos, às quais acudiam pessoas desde muito longe, acampando ao redor do pregador e em um ambiente de luta de umas e outras para ver quem apresentavam mais prodígios e se levavam consigo mais convertidos, que passavam de uma confusão a outra com pasmosa facilidade e manifestações cada vez mais exaltadas.
Nesta ambiente eram freqüentes as supostas revelações. Em H. G. White não somente isto a influenciou, mas também um grave golpe sofrido em sua infância, que pôde ser origem de desequilíbrios mentais.
Escritores protestantes como Canright, que a conheceu por mais de vinte anos, afirma que suas visões eram efeito de uma doença nervosa, e G. W. Ridaut disse que era uma fanática autenganada, cujas doutrinas torna seus leitores pusilânimes e tristes, produzindo-lhes dúvidas; e ela dizia a si mesmo que temia ser infiel.
Enumera este autor até trinta e oito as vezes em que ela disse em suas obras que teve o dom da inspiração. Com efeito, desde as primeiras páginas de "O conflito dos séculos", passando por "As jóias dos testemunhos" e "O caminho de Cristo", entre suas obras mais longas, até o reduzido de seus artigos, é freqüentíssimo, encontrar estas frases: "Mediante a iluminação dos Espírito Santo me foram reveladas..." "O senhor me disse..." "O Senhor quer..."
Esta mulher tratou de resolver os problemas que tinham suscitado os cálculos de Miller e a identificação do Santuário, de que se fala na passagem de Daniel, que interpretou Snow, fazendo uma arbitrária exegese de um texto, de indubitável sentido metafórico, do autor da Carta aos Hebreu, em que menciona o Santuário do céu , ali o localizou a senhora White.
A idéia da entrada de Cristo em 22 de outubro de 1844 no Santuário celestial para purificá-lo é o mais fanático que pôde urdir e manifesta bem a imaginação de novelista da irmã White, que para reforçar seus argumentos indicou que tudo isso tinha conhecido através de uma visão que tinha-lhe sido outorgada.
Seus discípulos deram a ela o título de "Espírito de profecia", com o qual é conhecida, e é citado correntemente entre os seus, e o Adventismo, com uma série de doutrinas a esta encadeadas, ficou constituído em uma nova religião.

O Antigo Pacto
Os adventistas acreditam que as proibições sobre a comida na Antiga Aliança seguem como lei de Deus hoje em dia, por isso proíbem de comer carne de porco, mariscos e sangue, observam o Sábado e promovem o dízimo.
Não são consistentes em sua obediência às leis do Antigo Testamento. Por exemplo, não praticam a Páscoa que era uma lei de igual importância à do Sábado. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma das poucas igrejas e grupos sectários que praticam um tipo de lavatório dos pés. Os adventistas crêem que o Arcanjo Miguel era Jesus em forma de anjo.
Eles - ao contrário dos testemunhas de Jeová - acreditam que Jesus é Deus, que forma parte da Trindade. A revista mensal da Igreja Adventistas é chamada Enfoque dos Tempos. Como no caso de outros grupos sectários, temos que debilitar a confiança em sua religião para que os adeptos possam regressar à Bíblia com mais objetividade.
Isto se consegue mostrando-lhes algumas razões importantes para não confiar em Hellen White. Mais adiante encontraremos exemplos de algumas coisas que põem em dúvida suas pretensões de ser profetiza de Deus.
Hellen White
Segundo o ensinamento oficial dos Adventistas do Sétimo Dia publicado na revista oficial The Adventist Review, Hellen White é a chave par ao entendimento correto da Bíblia, já que ela é a intérprete infalível da Bíblia e a corte final de apelação para o povo de Deus.
Hellen White fez profecias que se cumpriram e outras que estão esperando seu cumprimento: "o Senhor lhe deu conselhos sobre a saúde, a educação, a vida familiar, a dieta, a medicina e a evangelização..." (p.226).
Seu papel principal era guiar o entendimento da Bíblia e confirmar as conclusões derivadas dos estudos bíblicos (p. 227). A Associação (Conferência) Geral, sede mundial dos adventistas em Washington. D. C., aponta que deve-se examinar e comprovar todas suas palavras para verificar se era ou não profetiza de Deus (p. 228).
Os editores, sob a direção oficial, falam dos cinco tomos mencionados: Dizem do tomo IV que é um livro inspirado (White, IV, 6). Sobre o primeiro tomo dizem que a obra reflete luz. No tomo V eles chamam a Hellen White de uma profeta. Pelo menos que saiba este autor, o adventismo não foi contra algum ensinamento de Hellen.
Doutrina 

1. Atualmente já começou o juízo no Santuário celestial, revisando-se a vida de cada um. Terminado este, Cristo virá a terra, tendo começado já os sinais precursores que Ele anunciou no Evangelho a respeito de sua vinda. Com ela começará o milênio.
2. Nele Cristo ressuscitará aos justo, levando-os com Ele ao céu por mil anos. O demônio ficará atado à terra, vazia neste tempo.
3. Passado o milênio Satanás será solto, ressuscitarão os malvados; Cristo, os justos e a cidade celestial de Jerusalém descerão do céu. Acontecerá a batalha final de Satanás e os malvados contra ela. Um e outros serão aniquilados, e a terra, purificada pelo fogo, voltará a ser um paraíso, reino eterno de Deus com os seus.
4. A alma humana, que por si mesma não é imortal, fica na inconsciência no sepulcro com a morte. Na ressurreição, a imortalidade será um prêmio concedido aos justos e negado aos malvados, cujas almas são aniquiladas. Não existe, portanto, o inferno.
5. Os adventistas devem observar o Sábado como dia festivo, no lugar do Domingo. A imposição desta prática deve muito a outra suposta visão da irmã Hellen White.
6. Deverão observar e pregar a paz em todas as partes. São exaltados pacifistas.
7. Deverão seguir um regime de vida vegetariano naturista não somente na alimentação, mas também na aplicação de remédios medicinais.
8. Observarão rígidas proibições sobre o álcool, café, chá, tabaco, etc. É lamentável que uma doutrina basicamente cristã, pois tem a Cristo por Deus e Salvador, ao que parece professar um amor tão profundo e que pratica muitas virtudes, possa chegar a cair em tão profundos e perigosos erros e em tal grau de desvalorização "por afastar seus ouvidos da verdade para voltá-lo às fábulas" (2 Tm 4, 4) de imaginários milênios visões e profecias.

As práticas Adventistas
Com o adventismo nos encontramos frente a uma doutrina sistematizada, propagada com meios eficientes e economicamente abundantes, praticada dentro de uma perfeita organização, com uma disciplina severa, professada por mais de um milhão de adeptos, com uma tendência marcada ao crescimento em número. Interessa, portanto, depois de conhecidas suas doutrinas, já expostas, deter-nos no modo de praticá-las.
Por conseguinte, referimos a sua organização, culto, práticas de vida, propaganda, perigos que oferecem estas idéias para o católico vulgar e possíveis motivos de expansão das mesmas. A seita é congregacionalista, portanto, cada comunidade constitui uma igreja independente, unida às outras em um plano de cada nação pela Conferência Nacional e em ordem mundial, pela Conferência Geral.
Divide o mundo para sua atuação sobre ele em duzentos e oitenta e dois distritos. Os ministros destas igrejas são os pastores e os anciãos (presbíteros), sem que estes cargos tenham caráter sacerdotal, já que carecem do Sacramento da Ordem. São cargos conferidos por suas próprias assembléias àqueles que têm mas categoria ou antigüidade em suas igrejas (presbíteros, no sentido de anciãos) ou certa preparação e estudos religiosos (pastores).
A disciplina da seita é muito severa. Qualquer contravenção nas práticas de vida assinaladas pela mesma podem ser ocasião para expulsão dela. O valor que dão às profecias de sua fundadora e às decisões da Conferência Geral, para eles " a mais alta autoridade de Deus sobre a Terra", estão refreadas por uma infalibilidade absoluta, que eles submetem a uma dependência incomparavelmente maior da que possa ter um católico para com Roma.
Para o ingresso no Adventismo é absolutamente preciso responder afirmativamente a esta pergunta "aceitas o espírito de profecia tal qual se manifestou no seio da Igreja final pelo mistério e os escritos da senhora White?" (Manual da Igreja, artigo 18). O culto é celebrado aos sábados. Cantos, leituras da Bíblia, comentários sobre ela, lavatório dos pés, reconciliação pública e a Ceia.
Esta, na realidade, não é um sacramento, como tampouco é o seu Batismo. Estes são os dois únicos símbolos sacramentais que conservam. A primeira é celebrada com pão e sumo de uva sem fermentar, simbolizando eles o corpo e o sangue do Senhor, em memória de sua morte, e representando sua presença constante, embora puramente espiritual, na alma do crente.
O Batismo, só para adultos e por tripla imersão, simboliza a morte ao pecado do homem velho e a ressurreição do novo, assim como a morte, sepultura e ressurreição de Cristo. A escola sabática, em seções para crianças e adultos, e dentro destas, divididas em graus, tem programas muito bem planejados desde o ponto de vista didático.
O pagamento do dízimo é obrigatório, aparte de outras coletas celebradas por ocasião de suas reuniões e cultos. Todos os adventistas são em essência missionários de sua doutrina, porque esperando a próxima vinda do Senhor e dependendo esta de que a pregação desta mensagem tenha se estendido pelo mundo inteiro, é natural que dêem lugar preponderante de sua atividade a esta propagação.
Têm missões em trezentos e oitenta e cinco países de setecentas e quatorze línguas e dialetos, milhares de escolas e um espírito missionário intenso no seio de suas igrejas a mercê das organizações de juventudes missionárias voluntárias (J. M. V.) e o movimento "Compartilhe tua fé" (C. T. F.).
Não obstante, se observa em toda a vida religiosa da seita uma grande falta de espiritualidade, por Ter cortadas todas as fontes principais dela; os sacramentos, principalmente a Eucaristia, a falta de devoção à Maria, o conceito de alma, etc. Por isso, seus escritos sobre temas religiosos ou espirituais têm um campo muito reduzido.
Em geral, sua moral é austera e fundada no princípio ortodoxo de que o corpo humano é templo do Espírito Santo. Mas, como exaltados e fanáticos, parecem querer demonstrar que essa doutrina foi descoberta por eles, e atacam o catolicismo a crença de não dar nenhuma importância ao corpo, no plano divino da salvação , se dar somente à alma.
Com esta doutrina, "reinventada" por eles, não só sustentam que deve-se usar moderadamente dos alimentos para lutar com êxito contra a carne, o qual constitui uma verdade irrefutável e uma doutrina da mais sã espiritualidade, mas que, exagerando e desorbitando os fatos, chegam a proibir o consumo de muitos alimentos e de várias bebidas, tratando de fundar tudo isto na Escritura.
Parece que neles as virtudes se tornaram loucas, como observava Chesterton ao falar das virtudes separadas de seu verdadeiro tronco católico, e ao se sentirem isoladas e vagar com desordem causam não poucos estragos.
Pretendem fundamentar a abstenção do álcool, assim como a do tabaco, na Bíblia, porque "nada impuro entrará no céu" (Ap. 21,27). Chegam em seus exageros a pretender que na Escritura vinho e suco de uva são a mesma coisa, e que o Senhor, em sua última Ceia, certamente empregou este último e não precisamente o vinho; e em sua mania anticatólica a senhora White chega a dizer que por meio do vinho Satanás trama armadilhas não somente em todos os assuntos da vida, mas que faz chegar estas até o altar.
A proibição de comer carne parece ter também pretendido fundamento bíblico -talvez Gn 1, 29 -; mas, seja qual for o texto em que pretendiam apoiá-lo, o certo é que sempre estaria em contradição com Rm14, 14; Cl 2, 16-20; 1 Tm 4, 2-5; Lc 7, 34; Atos 10, 15, e Mc7, 18, os quais claramente se referem a toda cessação de impureza legal dos alimentos.
Mas, em realidade, o regime vegetariano, assim como o emprego dos remédios da medicina fisiátrica, são devidos a uma suposta revelação de H. G. White. Em 1864, estando gravemente doente seu marido, teve essa inspiração divina, e com ela não só impôs o regime à seita em sua alimentação, mas fundou a obra médica sobre princípios semelhantes.
Com efeito, em 1884 fundou o "Instituto do Oeste para a reforma da saúde", destinado a formar os quadros dos médicos evangélicos missionários, e foi o começo da obra médica adventista, que existe atualmente em 150 hospitais e clínicas e milhares de médicos, enfermeiros e empregados sanitários.
Ainda que estas instituições estejam proscritas a maioria dos remédios clássicos em medicina, não deixam de ser uma importante realização adventista em sobretudo, um maravilhoso meio de propaganda de suas idéias.

Propaganda
Fanáticos missionários, sua propaganda é insistente, de porta em porta, oferecendo publicações sobre temas que atraiam a curiosidade do leitor. Muito intensa também tanto por meio da imprensa como da rádio. Os vendedores da literatura adventista são astutos propagandistas e tanto lhes admirava a fundadora, que lhes chamava "missionários que consagram a Deus para dar a última mensagem de admoestação ao mundo".
A propaganda impressa é enorme e hábil. Têm imprensas e editoriais em todos os países do mundo, tirando milhões de exemplares de suas publicações em todas as línguas. Em países onde não gozam de liberdade de propaganda funcionam seus editoriais encobertamente, publicando obras e revistas em que, sem defender claramente as doutrinas principais da seita, tratam de obras de praticam tais como o vegetarianismo, antialcoolismo, pacifismo, etc., desde um ponto de vista que pretende ser científico ou moral.
A propaganda de rádio adquiriu ultimamente grandes picos. Na América do Norte são muitas centenas de emissoras que transmitem várias palestras semanais para um sem número de ouvintes, e cursos por correspondência por meio da emissão "a Voz da Profecia". Algo parecida na América do Sul com "A Voz da Esperança" em nosso idioma, e na Europa por meio da Rádio Luxemburgo, Montecarlo, etc.

Conclusão
Com a Igreja Adventista do Sétimo Dia, não estamos frente a uma seita fervente em seu "despertar", mas ante uma igreja estabelecida, bem organizada, solidamente assentada sobre abundantes financiamentos e prudentemente administradas. O espírito de profecia parece ter cedido paulatinamente a passagem a um severo ensinamento dogmático, ensinamento duplicado pelas práticas estrias. Seu progresso, principalmente nos países de missão, e um pouco em todas as partes, é bastante notável.
À margem de uma autêntica grandeza cristã, a igreja adventista insiste repetidamente em impor doutrinas sumamente opináveis em que se baseiam desgraçadamente sua originalidade. É possível que o grande defeito adventista seja o ter querido renovar o cristianismo com elementos retirados do Antigo Testamento.
Tão oposta às confissões reformadas como ao catolicismo, a Igreja adventista rejeita participar do movimento ecumênico, não parece crer em um milagre do Espírito Santo para reunir todos os cristãos desunidos e só vê nestas tentativas de um pragmatismo rude, não outra finalidade que constituir uma frente comum contra o comunismo.
Mais seriamente "bíblica" que a maioria das demais seitas importantes, sua interpretação das profecias está viciada, infelizmente por uma fantasia que acabará aparecendo patente aos olhos de seus membros mais importantes, quando sua ciência bíblica receba mais luzes. Ao menos nos convida a um aprofundamento na Escritura por parte do povo cristão, não para descobrir argumentos com vistas a uma refutação inútil, mas para um maior conhecimento da autêntica Palavra de Deus.

FALSAS DOUTRINAS 1 ° PARTE

Conta a História, que certa vez um soldado disse a Napoleão Bonaparte:
"Imperador, sois o nosso deus! Só falta criar a nossa religião". Ao que Napoleão lhe respondeu:
"Meu filho, para alguém fundar uma religião é preciso duas coisas: primeiro, morrer numa cruz; segundo, ressuscitar. A primeira eu não quero; a segunda eu não posso."


* O Espiritismo e a refutação bíblica da reencarnação.

Embora existam divergências entre a fé católica e a protestante em alguns pontos, nesse assunto de espiritismo a fé cristã é unânime.
O autor- evangélico -faz uma reflexão fundamentada na palavra de Deus e só resvala quando toca na salvação pela graça sem citar as obras como reflexo dessa salvação assumida, (que é diferente da visão espirita que PARTE DAS OBRAS COMO CAUSA E CONQUISTA DA SALVAÇÃO).
A visão católica  leva em conta as obras como consequência e resposta necessária a essa salvação e reconhece seu valor SEM NEGAR  a gratuidade da salvação pelos méritos de Jesus na cruz.
 Marcelo Lemos
Uma grande controvérsia tem movimentado os bastidores do Espiritismo no Brasil: Seria Chico Xavier a reencarnação de Allan Kardec, o ‘grande codificador’ de Lyon? De um lado há o grupo que acredita na tese e, de outro, como em toda controvérsia, aqueles que a negam. Entre os grupos, e mesmo dentre eles, estão os moderados que erguem voz para alertar do perigo de perderem o foco com discussão tão inútil. Virtualmente ignorante à discussão a que nos referimos, a grande massa segue sendo bombardeada com propaganda espírita por todos os lados.
A Rede Globo, por exemplo, parece ter escolhido 2010 como o “Ano do Espiritismo” – a começar pela novela ‘Escrito nas Estrelas’, de Elizabeth Jhin, e a estreante mini-série A Cura, de João Emanuel Carneiro, estrelada por Selton Melo. A história, em nove capítulos, com formato de série americana, conta a história de um médico acusado de matar um colega, e que descobre que tem poder de curar as pessoas através de cirurgias espirituais… O autor declarou em entrevista que a história sobre um curandeiro é algo que sempre quis fazer, pois “éuma forma de abordar o sobrenatural de uma forma bem brasileira”.
Nunca a espiritualidade esteve tão em alta, que os cinemas brasileiros não me deixem mentir. O filme “Chico Xavier”, segundo a Folha de S. Paulo, só na semana de estréia, em Abril, arrastou para frente da telona nada menos que 590 mil pessoas. Desde então, mais de 3 milhões de pessoas já assistiram ao filme. Deu um verdadeiro olé em cima do tão aclamado “Lula, filho do Brasil”, que na estréia se contentou com 220 mil espectadores, e ficou muito perto de “Avatar”, superprodução americana, que atingiu perto de 800 mil espectadores na semana de estréia no Brasil. Seja na tela do cinema, seja na tela da TV, o fato é que o espiritismo anda em alta ultimamente. Sem pesquisar muito, só citando o que podemos lembrar num segundo, ao menos quatro dos mais bem-sucedidos seriados americanos trazem conteúdo espírita: Cold Case; Supernatural, Médium e Ghost Whisperer. A fórmula parece ir tão bem nos índices de audiência que até seriados mais ‘sérios’, como Grey’s Anatomy, andam flertando com o ‘outro mundo’. Na segunda temporada da série, Meredith Grey, personagem principal da história, fica entre a vida e a morte, e numa EQM, experiência de quase morte, encontra-se com inúmeros falecidos, incluindo um grande amor… Seriam as visões de Grey, apenas reações químicas do cérebro inconsciente? Seriam experiências reais com o sobrenatural? Os autores deixam ao telespectador o sabor de julgar.
Ainda que o risco de alguém vir a se tornar espírita por influencia de qualquer destas obras seja questionável, é de bom juízo, e do dever cristão, conhecer mais de perto o que a Doutrina Espírita pretende ensinar. Tal conhecimento não apenas nos protege de contaminação, como também nos serve de ferramenta na hora de comunicar o Evangelho da Graça àqueles que estejam seduzidos, em maior ou menor grau, por tal filosofia religiosa – e não são poucos, como podemos supor pelos dados acima.
Indo direto ao ponto, e sem pedir desculpas pelo que será dito, o Espiritismo é uma filosofia absolutamente anticristã. Certamente vão chover protestos contra esta afirmação, até porque, os espíritas definem-se a si mesmos como “cristãos”. Na verdade, vão ainda mais longe, ao afirmarem que sua filosofia seria uma mais elevada revelação da mensagem de Jesus. Todavia, basta um breve olhar para se perceber o quanto a Doutrina Espírita contradiz a Mensagem do Cristo.
Para provar este ponto, destaco a forma antibíblica como eles se valem do termo “expiação” – o que nos levará diretamente a outro dogma espírita, a reencarnação. Todo cristão sabe – ou deveria saber – que o termo “expiação” vem lá do Antigo Testamento, quando o povo hebreu foi ordenado a oferecer sacrifícios por seus pecados. Havendo cometido pecado, o homem ofertava a Deus um animal inocente que, tendo seu sangue derramado, expiava a ofensa do pecador, tornado este novamente aceitável a Deus. “E quando o pecado que cometeram for conhecido, então a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado…” – Levítico 4.14. O sacrifício de uma vitima inocente realizava a expiação pelo pecado do transgressor. Este é o conceito bíblico de expiação; evidentemente, tal conceito de expiação se aplica a Obra Expiatória realizada pelo Cristo, nosso Senhor e Deus. Tal realidade já se prefigurava desde os tempos proféticos, e é belissimamente sumarizada no poema de Isaías: “Seguramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si; nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho. Porém o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” – Isaías 53.4-6. No entanto, nada disso se aplica a teoria espírita sobre a expiação.
No espiritismo não existe salvação por Graça, muito pelo contrário, ali a salvação deve ser buscada a duras penas, como recompensa pelas boas ações dos homens. É bem honesta a forma como um dos espíritos guia de Allan Kardec descreve o mundo imaginado pelo Espiritismo: “Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas” (Livro dos Espíritos, versão digital). Não existe perdão no Espiritismo, portanto, ali não se fala em Graça Salvadora. O homem, segundo os espíritos guia do kardecismo, não é salvo pela Graça de Cristo, mas por si mesmo. E, neste mundo  os homens, através do sofrimento e das boas ações, vão purificando-se, pagando a Deus o que Lhe devem, e alcançando um degrau a mais na evolução espiritual.
Mas, como nem sempre dá tempo de pagar todas as dívidas numa única existência, o homem se vê obrigado a reencarnar inúmeras veze até que pague o último centavo de sua dívida! “Um senhor, que tenha sido de grande crueldade para os seus escravos, poderá, por sua vez, tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a seus semelhantes. Um, que em certa época exerceu o mando, pode, em nova existência, ter que obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. Ser-lhe-á isso uma expiação, que Deus lhe imponha, se ele abusou do seu poder. Também um bom Espírito pode querer encarnar no seio daquelas raças, ocupando posição influente, para fazê-las progredir. Em tal caso, desempenha uma missão” Livro dos Espíritos, versão digital
O Espiritismo não é cristão!
Cristo, a Vítima Inocente, é quem realizou uma perfeita Expiação pelos nossos pecados. Não por menos ser posto como doutrina fundamental da fé cristã uma ‘salvação por graça’, como bem expressa o Santo Apóstolo: “… sendo justificados livremente pela Sua graça, pela redenção que está em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para ser uma propiciação, pela fé no Seu sangue, para demonstração da Sua justiça, pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para a demonstração da Sua justiça, pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para a demonstração, digo, da Sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Romanos 3:24-25).E se acrescente Efésios 2.4-9: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.
Nossa Redenção encontra-se em Cristo justamente pelo fato de que ele “se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Efésios 5.2). Não reencontramos nosso lugar ao lado de Deus por méritos pessoais, antes, pela Graça de Deus, a qual, por meio de Cristo, nos reconcilia consigo. Este é o ensino de todo o Novo Testamento. “… Cristo morreu por nós. Muito mais então, sendo justificados pelo Seu sangue seremos salvos da ira de Deus por meio dele.” (Romanos 5:8,9). “… nossa páscoa também foi sacrificada, mesmo Cristo.” (1 Coríntios 5:7). “… Cristo morreu por nossos pecados, segundo a Escritura” (I Coríntios 15:3). “Aquele que não conheceu pecado. Fê-lo pecado por nós, para que nEle fossemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21). “… ofereceu para sempre um sacrifício pelos pecados” (Hebreus 10:12). “Porque Cristo também sofreu pelos pecados uma vez, o justo pelos injustos, para que nos trouxesse a Deus …” (I Pedro 3:18). “Cristo nos redimiu da maldição da Lei, fazendo-Se maldição por nós” (Gálatas 3:13). “… foste morto e remiste para Deus com o Teu sangue homens de toda a tribo, língua, povo e nação” (Apocalipse. 5:9).

Refutando Acusações Protestantes


VENERAÇÃO  DE  IMAGENS
ACUSAÇÃO DOS PROTESTANTES: <<Os católicos praticam a idolatria, fazendo e adorando imagens, o que Deus proíbe na Bíblia, dizendo : “Não farás para ti escultura alguma do que está nos céus, ou abaixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra” ( Ex 20,4 ).>>
RESPOSTA : “O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e coloca-los por cima da Arca da Aliança ( Ex 25,18-20 ). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas  ( Num 21,8-9 ) . Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões ( I Reis 6,23-35 e 7,29 ), etc.” Deus proíbe apenas fazer imagens de deuses falsos, e adorá-los  –  como o faziam os vizinhos pagãos,  –   mas Ele não proíbe fazer outras imagens.
Eis o verdadeiro sentido desta proibição bíblica, no seu contexto : “Eu sou o Senhor teu Deus que te fez sair do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha face.Não farás para ti escultura alguma do que (daqueles falsos deuses, que na errada imaginação dos pagãos) está em cima nos céus, ou debaixo sobre a terra, ou nas águas, de baixo da terra. Não te prostrarás diante deles e não lhes prestarás culto, ( à imitação dos pagãos ),( Ex 20,2-5 ). Esta proibição, intencionada por Deus, repete-se em vários lugares da Bíblia, como por ex. “Não adores nenhum outro deus” ( Ex 34,14 ) ou “Não farás para ti deuses fundidos “ ( Ex. 34-17 ) .
            Assim, entendemos que o Deus que devemos adorar é o ÚNICO que existe. As imagens, como as fotos, são apenas lembranças, recordações que nos fazem continuar nossa luta cristã.
 BATISMO
ACUSAÇÃO DOS PROTESTANTES: <<O batismo dos católicos não  é válido ! Só os adultos que crêem podem receber validamente o batismo, que só vale por imersão ! >>
RESPOSTA :  “Onde estão as provas bíblicas para esta afirmativa? Eles não existem! Alguns textos falam de batismo por imersão. Outros textos bíblicos indicam o batismo feito por imposição. Em At 8,36-38  lemos sobre o batismo feito pelo diácono Filipe, no caminho entre Jerusalém e Gaza, onde não existe nenhum rio ou lagoa, em que seria possível batizá-lo por imersão.  Exemplos de passagens: At 9,18-19 relata o batismo de Saulo convertido numa casa de Damasco. Em Filipos (At 16,33) S. Paulo batizou o carcereiro.                Na “nova e Eterna Aliança” o batismo substituiu a circuncisão da Antiga Aliança”, como rito da entrada para o povo escolhido de Deus. Se o próprio Deus ordenou a Abraão circuncidar os meninos já no 8º dia depois do nascimento, sem exigir deles uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico recusar o batismo às crianças dos pais cristãos, por causa de tais exigências.  Conforme ordem de Jesus (Mt 28,18-20): “Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. 19Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 20Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” Desta forma, como o próprio Cristo nos pediu, a Igreja Católica continua batizando a todos!

 CONFISSÃO
           
                        ACUSAÇÃO DOS PROTESTANTES: <<Os católicos confessam-se com os padres, que são pecadores, os crentes confessam-se somente com Deus,  pois lemos na Bíblia: “Quem pode perdoar os pecados, senão só Deus ?”(Mc 2,7). >>
RESPOSTA : “Quem negava a Jesus o poder de perdoar os pecados, e até taxava de blasfemador, eram os orgulhosos escribas. Jesus , porém, lhes respondeu (Mc 2,10) : “Para que saibais que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados…”
Em uma das passagens, Cristo confia a Simão Pedro a Igreja, que hoje é chamada de Católica. Jesus disse que tudo o que Pedro ligasse ao céu, Ele (Jesus) também ligaria, e o que Pedro desligasse, Jesus também desligaria. Pedro hoje, é representado pelo nosso Papa, que também se faz presente na figura de nossos sacerdotes. Por isso contamos nossos erros aos nossos padres e eles ligam ou desligam ao céu, assim como foi a vontade de Jesus.
 COMUNHÃO
ACUSAÇÃO DOS PROTESTANTES: <<Por que os católicos comungam somente sob a espécie do Pão, e os protestantes sob espécie de Pão e Vinho, como Jesus fez na última ceia ? >>
RESPOSTA: “A Comunhão sob uma ou duas espécies não constitui essencial diferença já que em cada pedacinho de pão e em cada gota de vinho consagrado recebemos Jesus inteiro, vivo e ressuscitado; como consta claramente de suas palavras ( Jo 6, 51-56)”:
51Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. 52A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? 53Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 55Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.”.
            Claro, não é um pouquinho de carne ou sangue que recebemos na santa Comunhão, mas o “EU” de Jesus: a Pessoa do Filho de Deus Encarnado – nosso Salvador.
Por isso os primeiros cristãos costumavam levar aos encarcerados pela fé, somente o pão consagrado; e os doentes que não conseguem engolir um pedacinho da hóstia consagrada, a Igreja recomenda administrar algumas gotas do vinho consagrado. E em grupos, menores e bem preparados,  pode-se administrar a Santa Comunhão sob duas espécies. O que mais importa é a viva fé, humildade diante deste Santíssimo Sacramento do Amor !
E continuamos a comungar, pois  seguimos estas palavras do Santo Evangelho: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” ( Jo 6,53).
A  BÍBLIA   –   A ÚNICA FONTE DA FÉ ?
_______________________________________________________________
OBJEÇÃO : Para os protestantes a Bíblia é a única fonte da fé e da revelação divina, enquanto os católicos reconhecem 3 fontes : “A Bíblia, a tradição apostólica e o magistério da Igreja”. Quem tem razão?
RESPOSTA :  a Igreja Católica discorda. Vejamos a ordem em que as coisas aconteceram:
1º) Jesus escolheu, autorizou e enviou os Apóstolos, sob a presidência de Pedro, a evangelizar todos os povos [“Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinar todos os povos (…) ensinando-os a observar tudo o que vos mandei ”. (Mt 28,18-20)], estabelecendo-se assim o Magistério da Igreja.
2º ) Este ensinamento, oral e pelas cartas, foi transmitido pelos Apóstolos (como Tradição Apostólica) aos bispos e presbíteros por eles escolhidos e consagrados [ II Ts 2,15: “Conservai as tradições que aprendestes ou por nossas palavras ou por nossa carta”]. Outros exemplos:  Mt 1,5: II Tim 2,12, I Pd 5,1-2.
3º) Somente depois de mais de 2 séculos o Papa reunido com os Bispos em Concílio e declarou uma parte destes escritos da Tradição como Cânon de Livros Sagrados ou Sagrada Escritura, ou seja, pertencente à Bíblia: reservando-se o direito e a obrigação de vigiar sobre sua autêntica interpretação, de acordo com a Tradição Apostólica. Na Bíblia podemos ver fato semelhante em At 15,6-29, quando Pedro esteve reunido com os Apóstolos e presbíteros em Jerusalém (conforme faz o Vaticano,  Magistério da Igreja) para resolver questões ligadas às vontades de Deus.

 BÍBLIA   –   E  SEITAS
_______________________________________________________________

            PERGUNTA : A Bíblia aprova as seitas ou as condena ?
RESPOSTA :            para o povo da Nova Aliança previu Deus o mesmo regime de um só governo, vejamos a profecia de Daniel (Dan 2,44): “No tempo desses reis ( do império Romano), o Deus do céu suscitará um reino que jamais será destruído… e subsistirá para sempre”. Este governo é a Igreja Católica, confiada por Jesus a  Pedro, e governada até hoje por seus sucessores, os Papas.
Em todos os livros Sagrados não  encontraremos uma só frase favorável à divisão da Igreja de Cristo em seitas autônomas! Pelo contrário,  lemos no Evangelho de Jo 11,51-52 o oráculo divino: “Jesus deveria morrer pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos”. Lamentavelmente, as seitas promovem o contrário : a divisão daqueles que seguem a Deus!
Vejamos ainda outras passagens bíblicas do Novo Testamento sobre as seitas : At 20,28-31,  II Pd 2,1s, Gal 1,7-9 Rom 16,17-18, Tt 3,10-11, II Tim 4,3-6.

 PECADORES NA IGREJA CATÓLICA    
_______________________________________________________________
ACUSAÇÃO : Na Igreja Católica há tantos pecadores: assassinos, ladrões, viciados, etc., por isso ela não pode ser a verdadeira Igreja de Cristo ?
RESPOSTA : Cristo veio para os pecadores, conforme podemos ver em Ez 33,11: “Não quero a morte do pecador, mas que se converta e viva”. Se analisarmos, a casa de Deus Pai (a Igreja) é o Hospital da Alma. A Igreja é o lugar onde aqueles que pecam estão buscando a LUZ, e aqueles que já encontraram o caminho da luz têm ajudando e buscando aqueles que ainda não a encontraram.



 VIRGINDADE DE MARIA  
_______________________________________________________________

            OBJEÇÃO : Os católicos ensinam que Maria ficou sempre virgem. Porém, em vários lugares da Bíblia (por ex. Mc 3,31-32) lemos de irmãos de Jesus. Portanto Maria devia ter outros filhos, além de Jesus!
RESPOSTA : Na linguagem bíblica, “irmão” é freqüentemente usado em lugar de primo, sobrinho, tio, parente. Por ex. em Gen 11,27-31 consta claramente que Ló era filho de Aran – irmão de Abraão, portanto seu sobrinho.
Como fiel observador da Lei de Moisés, Jesus não podia, na hora de sua morte na cruz, confiar sua Mãe a João Apóstolo (Jo 19,26) mas devia a tê-la confiado ao filho mais idoso dela, se ela de fato os tivesse concebido.
Consequentemente, os “Irmãos” (primos, parentes) de Jesus, tão freqüentemente mencionados nos escritos do Novo Testamento, nunca são chamados filhos de Maria, nem filhos de José, confirmando a tradição apostólica. Até os Muçulmanos, nos seus livros sagrados, veneram a Mãe de Jesus como Virgem.


 VENERAÇÃO À MARIA E AOS SANTOS
_______________________________________________________________
           
            ACUSAÇÃO : Esta veneração e intercessão é contrária  ao ensinamento da Bíblia que diz: (Lc 4,8) “Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás” e em (I Tim 2,5) “Há um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Homem”.
RESPOSTA : a ) Os católico distinguem claramente entre culto de adoração. Adoração somente a Deus. Veneração, – que implica apenas: respeito, admiração, amor, etc., como se costuma demonstrar aos pais virtuosos, ou heróis da pátria ou a Igreja, erguendo em honra deles monumentos, e dando seus nomes a cidades, montanhas, praças, ruas, etc. Até o próprio Deus venera os nomes dos santos patriarcas, permitindo na Bíblia ser denominado “o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó” ( Ex 3,6 ).
Em Lc 1,48, vemos claramente a importância de Maria: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada…”.
Sobre a Intercessão, a própria Bíblia aplica o título de “mediador” também a Moisés (Dt 5,5):“Eu fui naquele tempo intérprete e mediador entre o Senhor e vós”.
E São Paulo, na mesma carta em que declara Jesus como único mediador entre Deus e homens, indica também mediador “secundário” ( I Tm 2,15 ) : “Recomenda que se façam preces, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens…”Pois, fazer orações por outros, é de fato , ser intercessor e mediador entre Deus e os outros. Portanto, as palavras de S. Paulo: “Há um só mediador entre Deus e homens, Jesus Cristo, Homem”, a tradição apostólica as entendia desta maneira : Jesus Cristo é único Mediador (primeiro) que nos mereceu todas as graças e a salvação eterna, pela sua vida, morte e ressurreição. Só ele nos dar dos seus méritos, sem recorrer a nenhum outro mediador.
Enquanto a V. Maria e os Santos intercedem por nós pecadores, como mediadores secundários, por meio de Jesus, recorrendo a seus méritos e sua mediação. Por isso, cada oração litúrgica termina : “Por nosso Senhor Jesus Cristo…”
Assim, Jesus intercede junto a DEUS PAI. Os Santos e Maria intercedem por nós junto a Jesus. E nós intercedemos por nossos amigos em orações, pedindo aos Santos e ao próprio Jesus que intercedam por nós junto a Deus Pai.
PURGATÓRIO
_______________________________________________________________

            OBJEÇÃO : Os católicos acreditam na existência do purgatório, mas a bíblia não fala dele!

RESPOSTA: Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do Céu.  A Igreja denomina Purgatório sendo esta purificação final dos eleitos que é completamente distinta do castigo dos condenados. Podemos, conforme 2 Macabeus 12, 41 – 46, rezar com muita confiança para que Deus santifique e purifique as almas de nossos irmãos já mortos e os conduza à glória da vida eterna:  41Bendisseram, pois, a mão do justo juiz, o Senhor, que faz aparecer as coisas ocultas,42e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido. O nobre Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados. 43Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, 44porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. 45Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, 46era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.”  Então, o que podemos fazer pelos nossos mortos e pelas almas do Purgatório? Podemos rezar, fazer caridade, rezar o terço, mandar rezar uma missa tendo em mente estas intenções, conforme a passagem acima.
 SANTIFICAÇÃO DO SÁBADO OU DOMINGO ?
_______________________________________________________________

OBJEÇÃO : A Bíblia ordena (Ex 20,8s): “Lembrem-te de santificar o dia de Sábado”. Por que , então, os católicos guardam o Domingo ?

RESPOSTA: Em Mc 2,27-28 afirma Jesus : “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso o Filho do Homem é Senhor também do sábado.” Sendo, pois, Senhor do sábado, Jesus transferiu a santificação deste dia para o Domingo, o dia da Ressurreição e da vinda do Espírito Santo à Igreja da Nova e Eterna Aliança, como atesta a tradição cristã. (Mc 16,9 e At 2,1).

Podemos ver provas indiretas da santificação do Domingo já no tempo dos Apóstolos achamo-las em At 20-7: “No primeiro dias da semana (domingo), estando nós reunidos para a fração do pão (santa missa), Paulo falava…”
No Último livro da Bíblia, no Ap 1,10 São João Evangelista já usa nova denominação cristã, “Domingo” – “Dia do Senhor”, em lugar do judaico “primeiro dia da semana”, ou romano “dia do sol”, – testemunhando de que já naquela época os cristãos celebravam este dia, chamando-o “Dia do Senhor – Ressuscitado”.
             O “Sábado” bíblico, na língua hebraica, está relacionada com “descanso” e com sétimo dia. Os cristãos, desde o primeiro século, escolheram para o dia do descanso, o dia histórico de domingo, o dia da Ressurreição de Jesus Cristo.

PAGAMENTO PELOS BATIZADOS  E CASAMENTOS
_______________________________________________________________

            OBJEÇÃO: Porque os padres católicos cobram pelos batizados, casamentos e Missas, quando lemos na Bíblia, (Mt 10,8), “Dai de graça o que de graça recebeste”?

RESPOSTA: Neste trecho de São Mateus, Jesus ordena: “Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios. Dai de graça o que de graça recebestes”.

A cobrança não é obrigatória. Caso a pessoa não tenha como contribuir, esta pode marcar missas e batizados sem que seja pago nenhum centavo, porém há de observar que o que é arrecadado visa manter a igreja que é de todos. A cobrança não é contrária à Bíblia que diz: “O que é catequizado na palavra, reparta de todos os bens com o que catequiza” ( Gal 6,6 ).